Quanto às pedras do caminho é pensava na grande besteira de se remover todas elas mesmo que fosse para fazer meus castelos, é bom deixar algumas pelo caminho, de preferência as mais difíceis de remover, pois servirão como referência para as futuras caminhadas ou então como bancos que nos permitirão mirar nossos horizontes à frente e o futuro que está por vir, e também dar um breve olhar para traz e ver as marcas de nossos rastros pelo caminho.
Foto ; Peregrinos na interminável subida dos Pirineus
Sentei numa delas, vi o horizonte e foi muito bom poder descansar, mesmo que somente por alguns instantes as minhas cansadas pernas, tomar um gole a mais de água e refletir sobre como quase me perdi feio e o teria feito se seguisse uma picada no meio do caminho.
Volte por puro instinto e retomei a rota original deixando para traz a trilha errada.
Ninguém no caminho durante essas duas horas de caminhada, passando por ORISSON avistei os primeiros peregrinos e dentre eles ISHIKAWA um japonês que não fala inglês, seu espanhol é lastimável, portuguê ou qualquer outro idioma nem pensar – e eu que ainda arrisco o inglês, me sinto confortável falando em espanhol, nada falo ou entendo em japonês e, no entanto nos entendíamos muito bem por meio de mímica, gestos e bocas.
Nossa boa vontade em tentar entender e nos fazer compreender foram muito maiores do que qualquer barreira imposta pela língua.
FOTO A CAMINHO DO TOPO DOS PIRINEUS COM O JAPONES ISHIKAWA
O velhinho tem 68 anos – dois filhos e está fazendo o caminho como eu pela primeira vez –vai a Santiago e depois soma mais 90 km na sua caminhada e vai ao Cabo de FINISTERRE .
Como bom japonês gosta, como eu, de fotos e tiramos boas fotos juntos, mas logo cruzamos com duas garotas de olhos puxados, sul coreanas, é bom lembrar que ele nada entende desse idioma e que elas nada entendem de japonês o que justifica terem iniciado uma nova e interminável sessão de mímica, característica do ISHIKAWA.
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